Woody Allen, para além de actor e realizador de cinema, escreveu vários livros. O livro "Sem penas" (cujo original foi publicado pela primeira vez no início dos anos 70 do séc. XX) reúne vários textos em que o autor escreve sobre temas diversos utilizando uma abordagem satírica com um humor "nonsense".
Um dos domínios que é satirizado por Woody Allen é o das profecias / prognósticos:
"Finalmente, chegamos a Aristonidis, conde do séc. XVI cujas predições continuam a provocar o assombro e a perplexidade dos mais cépticos. Exemplos típicos são:
- Duas nações entrarão em guerra, mas só uma vencerá.
(Os especialistas são de opinião que se trata da guerra russo-japonesa de 1904-1905 - proeza pasmosa se tivermos em conta que o prognóstico foi feito em 1540)
- Vejo uma grande personagem que um dia inventará, para bem da humanidade, um adorno que será usado por cima das calças para as proteger enquanto se cozinha.
(Aristonidis referia-se, é óbvio ao avental)."
Quando se tem um blogue que tem como tema base as profecias, não se pode deixar de ter em atenção que a fronteira entre o charlatanismo, o ridículo e o minimamente consistente é muito ténue.
O que é um facto é que ao longo da história há registos de múltiplos "profetas" e profecias que devem ser enquadrados na época em que surgiram.
De qualquer forma o estudo de profetas e profecias ao longo da história é aliciante mas, o que é um facto, é que o número de "profecias" não cumpridas ao longo de séculos daria para desacreditar de forma inexorável qualquer nova análise de uma profecia. A própria existência de uma profecia não é racional, tendo como base o actual conhecimento científico e uma visão racional da existência.
Mas será que tudo o que existe pode ser suportado e explicado por esta visão racional?
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