Convergência de profecias (1)

Alguns (alegados) estudiosos de profecias referem que o início do séc. XXI é um momento de convergência de várias profecias relevantes. Uma das profecias referenciadas tem a ver com o assassinato de um próximo papa. O 3º segredo de Fátima, publicado e interpretado pelo Vaticano no ano 2000, refere um assassinato de um Papa. A interpretação do Vaticano associa o texto da Irmã Lúcia, que refere este assassinato, como sendo o atentado contra João Paulo II  ocorrido em Roma no dia 13 de Maio de 1981. No entanto, uma leitura atenta, do texto do 3º Segredo de Fátima, leva a concluir que a descrição aí feita pouco ou nada tem a ver com o atentado de 1981. Aparentemente, o texto do 3º Segredo de Fátima (alegadamente profético), estará associado  a um evento futuro. As conhecidas profecias de S. Malaquias constituem um conjunto de indicações sobre os papas da Igreja sendo que o actual é o penúltimo desta lista (designado por Gloriae Olivae). A última indicação da lista é Petrus Romanus, referindo o texto, em tom profético, que o último papa será assassinado. Também Nostradamus refere o assassinato de um papa que designa por POL. Por isso, alguns estudiosos de Nostradamus interpretaram como sendo a designação dada a João Paulo II (papa POLaco). Assim, esta profecia estará associada a um futuro papa.

Porque se estuda e fala tanto de Nostradamus

Nostradamus viveu no século XVI (faleceu em 1566) e deixou quase 1000 quadras de teor profético. Uma primeira edição da sua obra foi lançada em 1568 e, desde esse momento, vários estudiosos tentaram interpretar estas profecias. Mas foi a partir do início da 2ª Guerra Mundial que a obra de Nostradamus se tornou muito conhecida. Em 1938 Fontbrune (pai de Jean Charles de Fontbrune) publicou um livro em que previa a invasão da França através da Bélgica pelos exércitos alemães, a perda da guerra pela Alemanha e o fim miserável de Hitler. Joseph Goebbels utilizou textos de Nostradamus e interpretações mais "amigáveis" para a Alemanha fazendo editar panfletos que referiam que Nostradamus tinha previsto a vitória da Alemanha de Hitler. Estes factos vieram aumentar significativamente o interesse de muitas pessoas em todo o mundo nas suas profecias. Hoje fiz uma pesquisa no google com o nome Nostradamus e apareceram mais de 6 milhões de resultados.

Crise económica actual e profecias de Nostradamus

As quadras de Nostradamus apresentam várias particularidades de acordo com os seus estudiosos. Uma das particularidades é a ausência quase total de datas. Este facto dificulta a imputação de quadras a acontecimentos passados bem como a calendarização das profecias (apenas reafirmo o que escrevem vários estudiosos de Nostradamus). Há algumas quadras que referem, aparentemente, a existência futura de uma crise económica grave. Na edição de 1980 do livro de Jean Charles de Fontbrune (JCF) "Nostradamus Historiador e Profeta" por exemplo uma das quadras alegadamente associadas a crise económica foi traduzida (do francês original para português) como: "Os simulacros de ouro e de prata inflados / Que depois do roubado leite ao fogo furioso lançados / A descoberto esgotados todos e turbados / No mármore escritos, perscritos entre deitados" que foi interpretado em 1980 por JCF como querendo significar "As representações em ouro e prata, vítimas da inflação, depois do roubo da doçura de viver, serão lançadas num fogo em fúria, esgotados e perturbados pela dívida pública, os papéis e o dinheiro serão metidos no almofariz"