domingo, 15 de janeiro de 2012

Nostradamus Centúria V Quadra 68

Uma das quadras mais conhecidas de Nostradamus é a Quadra 68 da Centúria V.

No Danúbio e do Reno virá beber,
O grande camelo não se arrependerá,
Tremer do Ródano, e mais forte os do Loire,
E perto dos Alpes galo os arruinará.

(tradução de Jean Charles de Fontbrune)

O Danúbio e o Reno atravessam o centro da Europa. O rio Reno nasce nos Alpes e atravessa a Suiça, Áustria, Liechtenstein, Alemanha, França e Países Baixos. O rio Danúbio é o segundo maior da Europa e atravessa vários países do centro e leste da Europa no seu percurso, da nascente (Floresta Negra na Alemanha) até à foz (Mar Negro na Roménia).
O grande camelo parece uma alusão a uma força proveniente do Norte de África ou Oriente Médio (regiões de origem do camelo dromedário).
Ródano é uma das 26 regiões administrativas de França que inclui Loire como um dos seus departamentos e fica próximo dos Alpes suíços.
Galo é uma alusão a força francesa.

É com base nesta quadra que muitos intérpretes referem que Nostradamus profetizou que, num futuro conflito (3ª Guerra Mundial), a Europa será invadida por forças de origem islâmica.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Para além da curva da estrada

Para além da curva da estrada 
Talvez haja um poço, e talvez um castelo, 
E talvez apenas a continuação da estrada. 
Não sei nem pergunto. 
Enquanto vou na estrada antes da curva 
Só olho para a estrada antes da curva, 
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva. 
De nada me serviria estar olhando para outro lado 
E para aquilo que não vejo. 
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos. 
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer. 
Se há alguém para além da curva da estrada, 
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada. 
Essa é que é a estrada para eles. 
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos. 
Por ora só sabemos que lá não estamos. 
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva 
Há a estrada sem curva nenhuma. 

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" 
Heterónimo de Fernando Pessoa