domingo, 24 de agosto de 2014

Nostradamus, Centúria II, Quadra 57


Avant conflictle grand mur tombera
Le grand à mort, mort, trop subite et plainte
Nav mi parfaict, la plus part nagera,
Aupres du fleuve de sang la terre tainte.

Antes do conflito a grande parede cairá
O grande à morte, morte demasiado súbita e lamentada
Nave imperfeita, a maior parte nadará
Junto do rio de sangue a terra tingida.

Tradução de Jean Charles de Fontbrune

No seu livro de 1980, Jean Charles de Fontbrune associa esta quadra à tomada da Bastilha. ("a grande parede cairá") ocorrida em Julho de 1789 e, como tal, toda a quadra estaria associada à Revolução Francesa (final do século XVIII).

Serge Hutin, em livro editado em 1981, associa esta quadra à queda do muro de Berlim (que ocorreu em novembro de 1989).

Ou seja, duas interpretações distintas para a mesma quadra. De salientar que a interpretação de Serge Hutin é anterior à queda efetiva do muro de Berlim.
No entanto, no caso da interpretação de Serge Hutin, tenho sérias dificuldades em captar o sentido da continuação da quadra "o grande à morte, morte súbita e lamentada". A associação desta parte da quadra ao império soviético não pode ser enquadrada na lógica do pensamento de Nostradamus (as profecias estão escritas na perspetiva do Ocidente e da Igreja Católica) embora o termo "plainte" possa ser traduzido não como lamentada (tradução de Jean Charles de Fontbrune) mas sim como "reclamada".

Existem, pelo menos, duas possibilidades a considerar:

a) A quadra refere-se à queda do muro de Berlim, como sinalização do momento próximo para um conflito mundial. De notar que várias quadras proféticas abrangem, aparentemente, períodos de tempo prolongados (porque, por exemplo, existem ligações de causa - efeito a considerar);

b) A quadra refere-se a um evento futuro podendo a frase "grand mur tombera" estar associada à queda de um muro / parede no sentido literal (por exemplo, queda de parte do muro da China ou Muro das Lamentações?) ou no sentido figurado.


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